Sobre a peste fascista e algumas elucubrações a respeito dos vaga-lumes

Autores/as

  • Maria Lucia Macari

Palabras clave:

Fascismo; Neofascismo; Vaga-lumes; Esperança; Sonhos diurnos

Resumen

Este artigo é uma tentativa de resgate dos vaga-lumes. Dos lampejos de luz e esperança em meio às obscuridades das ondas fascistas que se alastraram nos últimos anos. Para isso, parte das reflexões de Pasolini sobre o novo fascismo italiano – que nasce das ruínas do fascismo de Mussolini – e se desenvolve no seio do capitalismo emergente em meados dos anos de 1960. Depois, a partir das experiências clínico-políticas de Wilhelm Reich, tenta refletir sobre a função psíquica da ideologia fascista, não como uma consequência de um “líder tirano”, mas como um problema estrutural. Para finalizar, o artigo busca refletir sobre a questão da colonização, como uma das bases do que entende-se por fascismo histórico. No fim das contas, os sonhos diurnos que nos movimentam no sentido das mudanças concretas, só são possíveis se conseguimos vislumbrar os lampejos, vaga-lumes apesar de tudo.

Citas

Althusser, L. (1970). Ideologia e aparelhos ideológicos de Estado (notas para uma investigação). In.: Žižek, S. (Org.). Um mapa da ideologia (V. Ribeiro, Trad.). Rio de Janeiro: Contraponto, 1996.

Bloch, E. (1954). O principio esperança (Nélio Schneider, trad.). Rio de Janeiro: Contraponto, 2005.

Carnut, L. (2022). “O que o burguês faz lamentando. o fascista faz sorrindo”: Neofascismo, capital internacional, burguesia associada e o Sistema Único de Saúde. Civitas: Revista De Ciências Sociais, 22, e 41512. https://doi.org/10.15448/1984-7289.2022.1.41512

Césaire, A. (1950). Discurso sobre o colonialismo (Cláudio Willer, trad.). São Paulo: Veneta, 2020.

Deleuze, G. Guattari, F. (1972). Mil Platôs: capitalismo e esquizofrenia 2, vol. 3. (A. G. Nrto; A. L. Oliveira; L. C. Leão; S. Rolnik, trads.). 2ªed. São Paulo: Editora 34, 2012.

Foucault, M. (1987). Vigiar e punir (R. Ramalhete, trad.). Petrópolis: Vozes.

Krenak, A. (2020). Ideias para adiar o fim do mundo. 2ed. São Paulo: Companhia das Letras.

La Boétie, E. (1577). Discurso sobre a servidão voluntária (E. Tesche, Trad.). São Paulo: Edipro, 2020.

Lacan, J. (1992). O seminário, livro 17: o avesso da psicanálise, 1969-1970. (A. Roitman, Trad.). Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed.

Lazzarato, M. (2022). ¿Te acuerdas de la revolución?: Minorías y clases. (F. Rodríguez, Trad.). Buenos Aires: Eterna Cadencia.

Lenin, V. (1902). O que fazer: questões candentes de nosso movimento (Edicões Avante, trad.). São Paulo: Boitempo, 2020.

Mbembe, A. (2017). Políticas da inimizade (M. Lança, Trad.). Lisboa: Antígona.

Pasolini, P. P. (2018). Il fascismo degli antifascisti. Milano: Garzanti.

Pasolini, P. P. (1975). L‘articolo delle lucciole (1975). In.: Pasolini, P.P. Scritti corsari. Milano: Collana Nuova Biblioteca, 2007.

Rancière, J. (2000). A partilha do sensível: estética e política (M. Costa Netto, Trad.). São Paulo: Editora 34, 2009.

Reich, W. (1933b). Análise do caráter. 3ªed. São Paulo: Martins Fontes, 1998.

Reich, W. (1933a). Psicologia de massas do fascismo (M. da G. M. Macedo, trad.). 3ªed. São Paulo: Martins Fontes, 2001.

Reich, W. (1948). Escuta, Zé-ninguém! Lisboa: Martins Fontes, 1982.

Reich, W. (1934). O que é a consciência de classe? São Paulo: Martins Fontes, 1976.

Descargas

Publicado

2024-07-15

Número

Sección

Neofascismos, marxismo y psicoanálisis