Apontamentos sobre o horizonte crítico do Psicanálise na Rua
Palabras clave:
Teoria Crítica, Dialética, Psicanálise na Rua, Sociologia.Resumen
Este texto aborda o trabalho do coletivo brasiliense Psicanálise na Rua e reflete sobre a passagem da psicanálise dos consultórios para espaços públicos, desdobrando ideias presentes em Freud, Lacan, Adorno e outros. Enfatiza-se a dimensão sociopolítica do sofrimento como fundamental para uma escuta e formação psicanalíticas críticas. O atual momento político do Brasil, caracterizado pela implosão das instituições democráticas, agudiza os quadros de vulnerabilidade social e desamparo psíquico, tornando latente um engajamento da psicanálise na denúncia desse cenário e na lida com suas consequências. Para isso, refletimos sobre a posição ocupada em geral por psicanalistas na estrutura socioeconômica, observando suas consequências na relação analítica. A literatura psicanalítica crítica contemporânea já problematiza a dimensão de classe em sua práxis; aqui pretendemos também relevar a dimensão de crítica epistêmica que uma psicanálise pública envolve, colocando o desafio de ampliar leituras e escutas a sujeitos subalternizados historicamente. Tal dialética epistêmica entre psicanálise e sociologia busca elaborar formas possíveis de democratização da psicanálise – tanto do acesso ao tratamento quanto da própria formação de psicanalistas.
Citas
Adorno, T. (1952). “Psicanálise Revisada”. En: _______. Ensaios sobre psicologia social e psicanálise [pp. 43-70]. São Paulo: Unesp, 2015.
_______. (1963). Três estudos sobre Hegel. São Paulo: Unesp, 2013.
Arreguy, M. E.; Fossey, J.-M.; Gabarron-Garcia, F.; Godart, E.; Godefroy, H.; Manenti, G.; Marange, V.; Maria, E.; Navarro-Fernandez, R.; Oliveira, W.; Pommier, G.; Santos, R. R.; Tyszler, J.-J.; Westphal, L. (2019). Coletes Amarelos... Psicanalistas...
https://lavrapalavra.com/2019/01/15/coletes-amarelos-psicanalistas/
(consultado em 26 de janeiro de 2019).
Barbero, J. M. (2006). Los bicentenarios latinoamericanos: nación y democracia. Nuestros malestares en lo nacional. In: Nun, J.; Grimson, A. Convivencia y buen gobierno: Nación y democracia en América Latina. Bueno Aires: Edhasa, 2006.
Bourdieu, P. (2000). “Campo del Poder, Campo Intelectual y Habitus de Clase: Intelectuales, Política y Poder”. Buenos Aires: Eudeba, 2000.
Bourdieu, P.; Wacquant, L. (2002). Sobre as Artimanhas da Razão Imperialista. Revista Estudos Afro-Asiáticos. Rio de Janeiro, v. 24, n. 1, p. 15-33, 2002.
Carvalho, J. J.; Flórez-Flórez, J. (2014). “Encuentro de Saberes: Proyecto para decolonizar el conocimiento universitário eurocéntrico”. Nómadas (Col), Universidad Central. Bogotá, Colombia, n. 41, p.131-147, oct. 2014.
Casanova, P. G. (2007). “Colonialismo interno. A teoria marxista hoje. Problemas e perspectivas”. En: Borón, A. A.; Amadeo, J.; Gonzales, S. A teoria marxista hoje: Problemas e perspectivas. Buenos Aires: CLACSO, 2007.
Dussel, E. (2005). Europa, modernidade e eurocentrismo. In: Lander, Edgardo (Org.). A colonialidade do saber: eurocentrismo e ciências sociais. Perspectivas latino-americanas. Ciudad Autónoma de Buenos Aires, Argentina: CLACSO, set. 2005. (Coleção Sur Sur).
Foucault, M. (1976). História da sexualidade: o uso dos prazeres. Rio de Janeiro: Graal, 2003.
Freud, S. (1918). “Linhas de progresso na terapia analítica” En: Obras Completas, vol. XVII. Rio de Janeiro: Imago, 1969.
Fromm, E. (1935). The Social Determinants of Psychoanalytic Therapy.
https://www.researchgate.net/publication/247511529_The_Social_Determinants_of_Psychoanalytic_Therapy (consultado em 11 de janeiro de 2019).
Grüner, E. (2008). “Introducción: El retorno de la teoría crítica de la cultura: Una introducción alegórica a Jameson y Zizek”. En: Jameson, F.; Zizek, S. Estudios Culturales: Reflexiones sobre el Multiculturalismo. Buenos Aires – Barcelona – México: Paiadós, pp. 11-64, 2008.
Hegel, G. W. F. (1807). Fenomenologia do Espírito. Trad. de Paulo Menezes, 5a ed. Petrópoles, Vozes, 2008.
Lacan, J. (1949). “O estádio do espelho como formador da função do eu”. En: ______. Escritos [pp.96-103], Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1998.
______. (1953). “Função e campo da fala e da linguagem em psicanálise” En: ______. Escritos [pp. 238-324], Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1998.
______. (1959-1960). O Seminário, livro VII. Rio de Janeiro: Zahar Ed., 2008.
______. (1960-1961). O Seminário, livro VIII. Rio de Janeiro: Zahar Ed., 1992.
______. (1964). O Seminário, livro XI. Rio de Janeiro: Zahar Ed., 2008.
______. (1972-1973). O Seminário, livro XX. Rio de Janeiro: Zahar Ed., 2008.
______. (1974). “Televisão” En: ______. Outros Escritos [pp. 508-543], Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1998.
Lima, R. A. (2017). “Posfácio aos psicanalistas – Psicanálise e Ditadura”. En: Turriani, A. (org). (2017). Clínicas do testemunho nas Margens [pp.111-115]. São Paulo: ISER, 2017.
Marx, K. (1857). _____. “O método da Economia Política”. Apresentação de João Quartim de Moraes e tradução de Fausto Castilho. Crítica Marxista. São Paulo: n. 30, pp. 103-125, 2010.
Novión, J. (2014). Hegemonía, integración y seguridad en las américas en principios del siglo XXI. In: Encontro anual da ANPOCS. 38., 2014.
<https://anpocs.com/index.php/papers-38-encontro/gt-1/gt26-1> (consultado em 20 setembro de 2017).
Quijano, A. (2007). “Colonialidad del poder y clasificación social”. In: Castro-Gómez, S.; Grosfoguel, R. El giro decolonial: reflexiones para una diversidad epistémica más allá del capitalismo global. Bogotá: Siglo del Hombre Editores, Universidad Central, Instituto de Estudios Sociales Contemporáneos y Pontificia Universidad Javeriana, Instituto Pensar, 2007.
Rosa, M. D. (2016). A Clínica Psicanalítica em face da dimensão sociopolítica do sofrimento. São Paulo: Escuta/Fapesp, 2016.
Stavenhagen, R. (2001). “La questión étnica”. México: El Colégio de México, Centro de Estudios Sociológicos, 2001.
Tupinambá, G. (2016). Sobre um projeto de psicanálise popular, ou: convém ser comunista para escutar o sofrimento social?
http://www.academia.edu/29107919/Sobre_um_projeto_de_psican%C3%A1lise_popular_ou_conv%C3%A9m_ser_comunista_para_escutar_o_sofrimento_social (consultado em 30 de novembro de 2018).
Turriani, A. (org.). (2017). Clínicas do testemunho nas Margens. São Paulo: ISER, 2017.
Wallerstein, I. (2012). A análise dos sistemas-mundo como movimento do saber. In: Vieira, P. A.; Lima Vieira, R.; Filomeno, F. A. (Org.). O Brasil e o capitalismo histórico: passado e presente na análise dos sistemas-mundo. São Paulo: Cultura Acadêmica, pp.17-28, 2012.
Zizek, S. (2008). Estudios Culturales: Reflexiones sobre el Multiculturalismo. Buenos Aires: Paiadós.